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Fake News: mentiras em busca de cliques

As fake news não são apenas notícias falsas, são notas mentirosas elaboradas para influenciar e enganar o leitor. Um prejuízo que vem aumentando e contribuindo para a desinformação generalizada. Nos registros mais influentes da política recente, um exemplo é a eleição presidencial dos Estados Unidos, entre Donald Trump e Hilary Clinton.  A maioria das notícias de repercussão, na época,  estava relacionada ao pleito e a disseminação de conteúdos falsos foi maior que a de conteúdos verídicos.


Um levantamento divulgado pelo BuzzFeed mostrou que 20 histórias falsas relacionadas às eleições norte-americanas renderam entre compartilhamentos, comentários e reações 8,711 milhões de interações, enquanto  as 20 melhores reportagens de portais consolidados de notícias como New York Times, Washington Post e NBC News geraram ações de 7,367 milhões de usuários da internet.


E quanto mais absurda a manchete, maior apelo para que uma pessoa envie o conteúdo para frente. Ainda nas eleições americanas as duas fake news que mais repercutiram foram: “Wikileads confirma que Clinton vendeu armas ao Estado Islâmico” e “Papa Francisco choca o mundo e apoia Donald Trump”.

Quanto mais absurda, quanto mais apelativa e quanto mais próxima da opinião do leitor, mais facilmente a notícia será disseminada. Por isso, o acirramento de uma disputa eleitoral entre dois polos é um prato cheio para a fome por compartilhamentos, likes e evidência nesses holofotes.


As notícias falsas e mesmo as manchetes para vender jornal sempre existiram, mas o advento do momento é a força com uso das redes sociais digitais. É impossível controlar as ferramentas virtuais, mas é possível fazer uso com responsabilidade e ética.

No Brasil, cerca de, 96% da população com acesso à internet, usa o Whatsapp, como principal fonte de comunicação e por consequência informação.  O app também é considerado o principal recurso usado na propagação dos conteúdos mentirosos, já que é usado de pessoa para pessoa, sem um espaço virtual no qual seria possível confrontar informações, como Facebook, por exemplo.


Um estudo divulgado pela Universidade de Columbia e Instituto Nacional Francês, em 2016, indicava que 59% dos links partilhados em redes sociais não chegavam a ser abertos pelo leitor, dessa forma apenas a manchete era suficiente para garantir o engajamento. O que reforça que compartilhar se mostra mais importante do que entender o conteúdo.

Ingenuidade, desinformação, inocência ou não.  Todas as alternativas são consideradas para justificar o apelo pelo compartilhamento das fake news.


E o lado ainda mais perverso pode estar associado ao que é proposital, os conteúdos são disseminados com objetivos: cliques,  evidência e até mesmo renda. E neste campo vale tudo.

O prejuízo também está na tentativa de apagar fatos. Propagar e conseguir com que muitos acreditem em mentiras. Diluir fatos e negar existências é apagar a história, é minimizar conhecimento e pesquisa.  Na Europa, novas gerações questionam se o holocausto de fato aconteceu. No Brasil, muitas pessoas deixam de vacinar seus filhos, porque notícias no ‘whats’ alertam para a possível contaminação das crianças através das doses. Mentiras propagadas que causam danos, no caso das vacinas houve aumento no número de infectados por sarampo, cuja vacina está disponível de graça.


Apesar dos esforços para conter a proliferação das fake news, a cultura vai sendo reforçada a cada compartilhamento sem checagem, sem responsabilidade.

É importante ter clareza que de a opinião é o direito de cada um de se expressar, desde que vinculada à veracidade do fato e sem ofensas pessoais.


A fake news confunde o leitor a questionar fatos, mistura opiniões e ofensas pessoais que podem ser crimes. Frear a tecnologia está fora das possibilidades, mas o controle da proliferação das notícias falsas está na sua mão.

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