Segmento se adéqua as necessidades do momento e tem respaldo da Lei 14.030/20 para validar encontros por canais digitais
O mundo pós pandemia vai ser moldado por opções que favoreçam a interatividade remota e presencial, ambas com ambivalência legal. Diante do desafio de evitar aglomerações, todas as atividades que exigem a interação humana passam a ter como nova opção as possibilidades virtuais, em canais digitais.
No setor cooperativista, frente de atuação marcada pela interação social e presencial, algumas inovações surgem e devem se perpetuar. Para cumprir as normas sanitárias estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde, diante dos riscos de proliferação do coronavírus, a regra para realização de assembleias, por exemplo, foi flexibilizada com esse intuito. As reuniões e assembleias de cooperados podem ser feitas no formato digital, com respaldo da lei. A presidência da República atualizou a matéria sobre o tema ao sancionar a Lei 14.030/20, no dia 28 de julho. A legislação abrange sociedades anônimas, sociedades cooperativas e entidades que representam o setor cooperativista. A medida foi adotada após uma ampla defesa da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) que articulou junto ao Governo Federal e Congresso Nacional a validação do dispositivo.
O resultado é que desta forma, se mantém a participação compartilhada dos cooperados, premissa importante do cooperativismo. Pela regra, após o término do exercício social, a cooperativa deve realizar uma assembleia e a nova lei define que terão o prazo legal de nove meses para isso. A movimentação e mobilização, em parte dessas instituições, já foi iniciada. Muitas cooperativas organizaram encontros virtuais e outras estão no mesmo sentido, avançando para propiciar a participação dos interessados.
A Cooperativa Cicom, de Guarulhos (SP), está prestes a organizar um encontro remoto no dia 04 de setembro. Com atuação no segmento habitacional, a cooperativa está convocando mais de 300 cooperados para um encontro virtual inédito, no qual vai orientar sobre as medidas adotadas durante a pandemia e vai expor novos cronogramas e ações. “Diante dessa possibilidade, de realizar uma assembleia virtual, estimamos contar com a adesão de um grande número de participantes que terão desta forma, o direito garantido para participar do nosso encontro. Se a pandemia ou outro motivo o afastariam assembleia, através dessa alternativa tecnológica, ele poderá interagir, de qualquer lugar, bastando apenas ter acesso à internet para isso. Acredito que esse modelo, será constante a partir de agora. Podemos imaginar que em breve, o modelo de encontros passará a ser híbrido: presencial e virtual, aumentando as chances de debate sobre os temas de interesse do segmento”, ressalta Carlos Massini, diretor executivo da Cicom.
A Cicom é filiada à Federação Nacional das Cooperativas Habitacionais, (FENACOHAB). A Federação reúne as grandes cooperativas habitacionais. E é modelo de adesão às novas tecnologias e ferramentas digitais que oportunizam com transparência acesso a todos os serviços e novidades da cooperativa. “A Cicom, está reformulando o portal e em breve terá um APP (aplicativo) próprio para que o cooperado acompanhe, na palma da mão, através do seu smartphone, cada evolução do processo, do qual é participante e principal beneficiado. Atuar para realizar o sonho da casa própria, a todos os cooperados, exige envolvimento dos gestores para propiciar essa integração e reforça as estratégias de credibilidade do segmento, já que temos certeza que pós pandemia teremos sempre que aumentar o pensamento coletivo”, conclui Massini.
A Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu parâmetros para adequar no modelo de sociedade, ampliando a responsabilidade compartilhada, solidariedade global e colaboração ampla com as ações urgentes de ajuda às pessoas necessitadas. E fez um apelo para que as empresas, através dos empregos ou outros meios de subsistência, adotem meios que favoreçam a recuperação segura das sociedades e economias, através de um caminho mais sustentável. Os objetivos estabelecidos pela ONU são muito similares aos princípios básicos do cooperativismo e que, em breve, poderão passar a ser adotados por toda a sociedade para que haja essa união global de sobrevivência.
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